segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

10 dicas para viver bem um relacionamento

Nunca irritar-se ao mesmo tempo
 
 
Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava com terapia conjugal, elaborou os 'dez mandamentos do casal'.

Gostaria de analisá-los, já que trazem muita sabedoria para a vida e a felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os nossos próprios.

1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo

A todo custo, evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegura a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que, na explosão, nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: destroços, mortes e tristezas; portanto, jamais podemos permitir que a explosão chegue a acontecer. Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda (PE), tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura"

2. Nunca gritar um com o outro

A não ser que a casa esteja pegando fogo. Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria. Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente e, por isso, precisa impor, pelos gritos, aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.

3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro

Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, mas no diálogo não. Portanto, se, por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro “vença” para que, mais rapidamente, ela termine. Discussão no casamento é sinônimo de “guerra”, uma luta inglória. “A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral”, dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas. Não podemos nos esquecer de que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes, uma pequena discussão esconde, por muitos dias, o sol da alegria no lar.

4. Se for inevitável chamar à atenção, fazê-lo com amor

A outra parte tem de entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva, pois esta é amorosa, sem acusações nem condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. Reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa lhe dizer. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.

5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado

A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda vez que acusamos alguém por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente, não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que este mal não ocorra nos momentos de discussão. Nessas horas, o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta e tudo de mau pode acontecer em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas.

Nos tempos horríveis da Guerra Fria, quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou ao mundo: "A paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade”. Ora, se isso é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo, “primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros”. E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: “Se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz”. Portanto, para haver vida no casamento, é preciso haver a paz, e ela tem um preço: a nossa maturidade.

6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge

Na vida a dois, tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.

7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo

Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou, no dia anterior, para ferver o leite sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.

8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa.

Muitos têm reservas enormes de ternura, mas se esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isso também com palavras. Especialmente para as mulheres, pois nelas isso tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância.

Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer! "Eu te amo”, “você é muito importante para mim”, “sem você eu não teria conseguido vencer este problema”, “a sua presença é importante para mim”, “suas palavras me ajudam a viver”… Diga isso ao outro, com toda sinceridade, toda vez que experimentar o auxílio edificante dele.

9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.

Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando erramos, não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isso é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos de vez o motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!

10. Quando um não quer, dois não brigam

É a sabedoria popular que ensina isso. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será “não por lenha na fogueira”, isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes, é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes, será por um abraço carinhoso ou por uma palavra amiga. Todos nós temos a necessidade de um “bode expiatório” quando algo adverso nos ocorre. Quase inconscientemente, queremos, como se diz, “pegar alguém para Cristo”, a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isto é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar.

Quantas e quantas vezes acabam “pagando o pato” as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Às vezes, são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras, é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.

Temos de nos vigiar e policiar nestas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente, são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária etc, mas, em casa, onde somos “familiares”, o desrespeito acaba acontecendo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isso não aconteça. Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Essas até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo.

Do livro: ‘Família, Santuário da Vida’, Prof. Felipe Aquino
Foto
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13391

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

SOS Vida

Como fechar as portas de casa para a droga 


Pesquisa feita em escolas da Capital revela que os pais estão falhando no diálogo com os filhos.

Um levantamento com 1,8 mil estudantes dos ensinos Fundamental e Médio de Porto Alegre/RS indica que os pais estão deixando uma porta aberta para a entrada das drogas em suas casas. O recado enviado por crianças e adolescentes é de que estão faltando informações e monitoramento adequado por parte das famílias a fim de aumentar a prevenção contra o uso de tóxicos.
Apresentada ontem pela Brigada Militar, a pesquisa demonstra que amigos e colegas são a principal fonte de informação dos alunos sobre drogas, embora a maioria diga esperar que os pais cumpram esse papel. A periodicidade com que os responsáveis abordam o tema também deixa a desejar. Parte dos estudantes de 12 escolas públicas e privadas entrevistados (42%) afirma que seus pais somente os procuram para falar quando o assunto aparece nos meios de comunicação. Outro dado preocupante é que 11% deles, com idades entre 13 e 18 anos, disseram jamais ter conversado sobre drogas em família.
– Mais da metade diz que quer aprender com os pais, mas acaba aprendendo com os amigos. Os dados mostram que os vínculos com os pais não estão acontecendo – interpreta o autor do levantamento, major da BM Alexandre Thomaz, chefe do gabinete regional da polícia cidadã do Comando de Policiamento da Capital.
Como resultado da falta de diálogo, as informações dos jovens sobre os efeitos de substâncias nocivas são poucas. Apenas 53% deles afirmaram conhecer o suficiente sobre drogas, mas, ao final das palestras oferecidas pela BM nas escolas incluídas no levantamento (os nomes são preservados pela corporação), 98% admitiram ter recebido informações novas. Para Thomaz, isso indica que o nível de conscientização é precário.
Para o psicólogo Lucas Neiva-Silva, que trabalha com crianças e adolescentes em situação de risco, o diálogo familiar é um fator de prevenção fundamental. O problema é que seguidamente os próprios pais não sabem o suficiente para transmitir aos filhos.
– A maioria dos pais não entende o processo pelo qual a droga mata ou faz mal. O discurso fica resumido a poucas frases que se repetem. Isso não funciona – diz o especialista.
Outro dado comportamental considerado preocupante é que muitas famílias não conhecem bem os amigos dos filhos, sejam da rua ou de meios eletrônicos como a internet. Segundo pesquisas sobre drogadição, a influência de más companhias é fator determinante para crianças e adolescentes decidirem experimentar substâncias proibidas.
 
:: ATENÇÃO AO USO DE REMÉDIOS DURANTE A INFÂNCIA

A prevenção ao abuso de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, deve começar ainda na primeira infância. Uma das formas é agir responsavelmente ao ministrar remédios para os filhos. Os especialistas recomendam que os pais evitem chamar medicamentos de “sucos” ou “balas” a fim de facilitar seu consumo. Isso pode sugerir uma falsa relação entre substâncias que devem ser tomadas apenas ocasionalmente e sob supervisão médica com produtos alimentícios. Assim, os responsáveis também ajudam a despertar na criança o conceito de que a vida não é feita apenas de bons momentos.
 
:: AJUSTE O DISCURSO CONFORME A IDADE DA CRIANÇA

Os pais não podem orientar os filhos sobre o risco das drogas da mesma maneira ao longo da infância e da adolescência. Essas explicações podem começar em qualquer idade, conforme a criança demonstre capacidade de compreensão do assunto. Daí até os oito, nove anos, pode-se adotar uma abordagem mais imperativa – dizer que a criança não pode tomar bebida alcoólica porque não é apropriado para sua idade, por exemplo. Depois dessa faixa etária, porém, ganha importância o caráter explicativo. Os pais precisam estar preparados para dar pormenores dos danos causados pelo uso de determinadas drogas e que justificam sua proibição.
 
:: EVITE ADOTAR SLOGANS: INFORME-SE ANTES DE CONVERSAR

Uma das abordagens mais comuns – e menos eficazes – utilizadas por pais e responsáveis de crianças ou adolescentes é sustentar seu discurso antidrogas em slogans como “droga mata” ou “droga faz mal”. Com o passar do tempo, a repetição acaba desgastando a expressão, e ela perde o sentido para o filho. A melhor maneira de evitar isso é se informando com maior profundidade sobre como essas substâncias agem no organismo e que tipo específico de prejuízo trazem.
– Uma boa dica, quando sai uma reportagem no jornal, por exemplo, é chamar o filho para ler e aprender junto. Deixar de repetir o simples discurso do medo – ensina o psicólogo Lucas Neiva-Silva.
 
:: PERMANEÇA ATENTO AO GRUPO DE AMIGOS DO SEU FILHO
 
Um dos maiores fatores de risco ao uso de drogas na infância e na adolescência é o que os especialistas chamam de “influência dos pares”, isto é, o grupo de amigos mais próximos. Por isso, além de orientar os filhos sobre os riscos da drogadição, os responsáveis devem acompanhar de perto quem são os amigos deles. Saber os locais que os jovens frequentam também é importante fator de prevenção. Para administrar o grupo de amigos, os pais não devem ter medo de estabelecer regras e impor castigos quando forem descumpridas – sempre explicando ao jovem que suas ações provocam consequências.

:: ESTIMULE SEU FILHO A ORIENTAR OS COLEGAS SOBRE AS DROGAS
 

Uma das maiores dificuldades dos pais é driblar uma eventual resistência dos adolescentes às orientações “caretas” sobre drogas. Uma dica é utilizar uma estratégia chamada “par a par” (do inglês peer to peer), isto é, educar o filho para que ele possa educar os seus amigos e colegas. Um exemplo desse tipo de abordagem é: “Tu deves ter algum conhecido que está entrando no mundo das drogas. Quem sabe tu não dá uns toques para ele, quem sabe ele não te ouve?”. Com esse tipo de enfoque, o jovem se sente valorizado, em vez de vigiado.

Fonte: Psicólogo Lucas Neiva-Silva
Fonte:Donna DC/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)