segunda-feira, 13 de maio de 2013

O jovem e a família: é possível um diálogo?

                  

 
‘‘ O silêncio pode calar destinos, as palavras ditas na hora certa, sobretudo por pessoas
amadas, pode trazer soluções ou mesmo salvar vidas.’’
Virginia Schall
 
O diálogo, a partilha de experiência, a troca de idéias, o planejarem juntos, o expor os desejos,… são essenciais para uma vivência harmoniosa em qualquer relacionamento, seja ele de trabalho, com amigos, com a família,… Principalmente que seja uma comunicação clara e direta. Este é um dos meios para gerar confiança e afeto, assegurando a compreensão e a união.
Na família, acima de tudo no mundo de hoje, é necessário o diálogo, a comunicação entre todos os membros. E em especial entre pais e filhos jovens, pois ao entrar na adolescência, o filho (a) sai da proteção dos pais, e vai para a sociedade, deparando-se, na maioria das vezes, com um mundo diferente do que tinha em casa, na proteção e educação familiar. Também neste período da vida, acontece um momento delicado na formação da personalidade, pois o jovem está buscando entender as modificações de seu corpo, de suas emoções, está buscando perceber suas aptidões,… e tudo isso gera conflitos consigo mesmo, com quem convive e com a sociedade.
Perceptivelmente, podemos afirmar que vivemos em uma sociedade onde há uma crise de valores e com violência desmedida. E quando o jovem projeta-se neste mundo, se não há o diálogo na família, pode acontecer que o mesmo se lance, de forma inconseqüente neste mundo, adotando para si posturas e atitudes que não geram vida.
O dialogo salutar entre os pais e filhos é um ótimo remédio para auxiliar o jovem a sanar suas incertezas, suas dores, suas dúvidas. Ajuda o jovem a entender as mudanças que estão ocorrendo em sua vida, na sociedade, no mundo.
Este diálogo salutar auxilia na busca do equilíbrio que o jovem procura encontrar entre a liberdade que lhe está sendo oferecida – o caminhar com seus próprios passos, e o sair da proteção que os pais lhe ofereciam ou oferecem.
Para acontecer este diálogo salutar percebemos que deve acontecer a abertura tanto por parte dos pais como dos filhos, pois se um dos lados não se abre para o diálogo pode acontecer o conflito. Mas mesmo gerando o conflito, não pode haver a desistência, o silêncio, o isolamento. Deve-se sim, de forma serena, sem agressões verbais, buscar com equilíbrio a comunicação, onde aconteça o “ouvir” e o “falar”, e de forma madura chegar a um consenso, a um agir sadio. Destacamos que neste processo de diálogo quem, na maioria das vezes, deve realizar este movimento de procura são os pais, pois a experiência e a maturidade devem ser fatores que falem mais alto, que inspirem a humildade da procura, a tolerância e a paciência, que ajudam a abrir caminhos da reconquista e de novos encontros.
Portanto, busquemos na família manter o diálogo de forma serena, madura, onde cada um abra seu coração, expondo seus desejos, suas frustrações, seus encantos, seus sentimentos,… Temos consciência que a família não é perfeita, mas é o espaço onde buscamos sempre mais nos amar, nos entregar, e acima de tudo nos perdoar. E neste espaço é possível manter um diálogo salutar e maduro.
 
Ir. Sônia Estela Agostini SDS - Religiosa Salvatoriana
 

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